Em Agosto de 1945, a Humanidade confrontou-se com a mais sombria das revelações tecnológicas. Os bombardeamentos atómicos sobre as cidades japonesas de Hiroshima, a 6 de Agosto, e de Nagasaki, a 9 de Agosto, marcaram o desfecho brutal da Segunda Guerra Mundial, deixando um legado de destruição, sofrimento e reflexão que atravessa gerações.
Com a Europa já rendida e o Japão ainda em combate, os Estados Unidos tomaram a decisão inédita de utilizar a arma nuclear para acelerar o fim do conflito. Às 08h15 da manhã de 6 de Agosto, a bomba “Little Boy” explodiu sobre Hiroshima, provocando uma devastação total e ceifando cerca de 140 mil vidas até ao final desse ano. Três dias depois, Nagasaki sofreu o mesmo destino com a detonação da bomba “Fat Man”, que causou mais de 70 mil mortes até Dezembro de 1945. O impacto foi tal que, poucos dias depois, a 15 de Agosto, o Japão anunciou a sua rendição, pondo termo à guerra.
As consequências não se ficaram pelo imediato. Para os sobreviventes — os hibakusha —, o sofrimento estendeu-se por décadas, com sequelas físicas, emocionais e sociais profundas. As suas histórias, muitas vezes silenciadas, são hoje uma voz viva da memória colectiva e um apelo contra o esquecimento.
Mais do que uma evocação do passado, os dias de Hiroshima e Nagasaki são um alerta permanente para os riscos da guerra, da intolerância e da desumanização. Lembram-nos que o verdadeiro progresso não se mede pelo poder da destruição, mas pela capacidade de construir um mundo baseado no respeito, na empatia e na paz duradoura. A cada ano, os sinos tocam, flores são depositadas e grinaldas coloridas são oferecidas às vítimas — gestos silenciosos que ecoam um apelo universal: nunca mais.
Ao assinalar este momento da história, o Grupo Omatapalo associa-se à voz dos que acreditam num futuro construído com responsabilidade, justiça e compromisso com a dignidade humana. A memória é uma das formas mais poderosas de transformação. E é na consciência do passado que se desenha a paz do amanhã.